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Barros, Gualdino Barros

Quem é afinal Gualdino Barros, a lenda-viva do jazz português retratada pelo documentário A Sétima Vida de Gualdino, de Filipe Araújo? A uma semana da ante-estreia nacional, a Blablabla Media traça-lhe o perfil da personagem

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Aos 75 anos, Gualdino Barros será tudo menos um homem pouco vivido. Engenheiro de formação e lenda-viva do jazz português, o franzino baterista que chegou a acompanhar Nina Simone e Johnny Griffin nas “vassouras” terá provavelmente o curriculum mais multifacetado do país.

De músico de rua a instrumentista do respeitadíssimo Blues Bar, em Paris, o “pai do jazz nacional” ajudou na cozinha de hotéis, foi auxiliar de limpeza em canis, serviu na missa como sacristão, jogou como interior esquerdo no Sporting de Braga, deu aulas de matemática e de física, trabalhou como operário fabril, passou uma temporada no circo e até como actor deu os ares da sua graça, contracenando com Mickey Rooney, levando Zafirelli à beira de um ataque de nervos e assustando simples seres humanos, na pele de zombie, em “I’ll See You In My Dreams”, de Filipe Melo.

Pelo caminho, tornou-se uma referência no meio. Mais do que nada por dedicar os seus últimos 30 anos de vida a adoptar, aconselhar, formar e lançar no circuito musical centenas de jovens inexperientes. Jovens como Jorge Palma, Bernado Sassetti, ou Dany Silva.

Quis no entanto o destino que, já na terceira idade, Gualdino fosse surpreendido por um AVC que lhe retirou a força do lado direito do corpo. Mas nem assim desistiu. Após treze dias de depressão aguda na cama do hospital, levantou-se e não descansou enquanto não pôs mãos ao seu novo projecto de reaprender a tocar bateria. O objectivo era claro: voltar aos palcos antes da “grande viagem” e lançar uma última cantora. Uma pequena-grande epopeia para acompanhar agora em “A Sétima Vida de Gualdino”.

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